O REDEMOINHO DE DANÇA estreia nesta TERÇA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO, às 20h, a série APARIÇÕES DE DANÇA, que é o resultado da residência artística Redemoinho de Dança 2021, que aconteceu entre os meses de maio e julho deste ano, com participação de 12 artista da dança e que contou com a colaboração da artista e doutora em dança, Adriana Bittencout Machado e do artista multilíngue, Jacob Alves.

APARIÇÕES DE DANÇA, um conceito, 12 criações, mais de 15 artistas envolvidos nesse universo do criar, cada um/a/e criando a partir de suas perspectivas, inquietações e motivações.

As DANÇ(A)PARIÇÕES ou simplesmente APARIÇÕES DE DANÇA nascem em meio ao caos e dão luz a danças que estreitam relação direta com a cidade, bairro ou zona as quais cada artista encontra-se inserido, reconhecendo histórias e memórias sem a intenção de representá-las, mas com o intuito de ampliar as percepções entre corpo e ambiente, permitindo assim o surgimento de novas paisagens.

Ao final da residência foi gravado com cada artista convidado(a) uma vídeo-performance como contrapartida ao projeto. APARIÇÕES DE DANÇA foi o conceito nordesteador dessa residência artística e faz parte da pesquisa de Datan Izaká intitulada “DANÇ(A)PARIÇÕES”, no entanto, o que definiu estético e conceitualmente a criação e performatividade de cada episódio foram as questões e referências individuais de cada artista, sendo estas, teóricas, históricas ou autobiográficas.

Ficha Técnica

– Direção Geral Redemoinho de Dança – Datan Izaká

– Concepção/direção APARIÇÕES: Datan Izaká

– Colaboração: Adriana Bittencourt (BA) e Jacob Alves (PI/SP)

– Criação e performance: Artista residentes

– Direção de fotografia e edição: Tássia Araújo

– Câmeras: Karystom Soares e Tássia Araújo

– Operador de Gimbal: Karystom Soares

– Identidade Visual: Ana Raquel Benício

– Produção: Bruno Dantas

– Social media: Abner Oliveira

– Teasers redes sociais: Daline Ribeiro e Joana Corrêa

– Apoio: Ruan Nunes

A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA REDEMOINHO DE DANÇA, na modalidade PROJETO CULTURAL, é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Seu João Claudino, realizado pela Secult-PI / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal.

#redemoinhodedanca #secultpi #governodopiauí #siec #leialdirblanc

 

Apresentando Datan Izaká

DATAN IZAKÁ é artista da dança e das contemporaneidades, é atuante de teatro e da performance, é coreógrafo,  produtor e gestor cultural. Dirige a Escola Estadual de Dança Lenir Argento – EEDLA desde 2011. É Diretor e curador do JUNTA FESTIVAL e do JUNTA Expandido. Em 2017 fundou o Redemoinho de Dança – plataforma de formação, difusão e criação autônoma que se relaciona com as artes do corpo e com as artes em geral. 

Criador dos espetáculos NOITES DE JUNHO (2008), PERMANÊNCIA (2010) E|N|T|R|E (2016), BONITO PRA CHOVER e MARIA BONITA ambos estreados em 2019.  É responsável pela concepção e direção de coreografia das três edições da ÓPERA SERRA DA CAPIVARA.

SINOPSE

DANÇ(A)PARIÇÕES ou simplesmente, APARIÇÕES DE DANÇA

Divagações, atravessamentos, inquietações e processos de feituras

A Arte exige que o artista se posicione estético-politicamente. Dançar se tornou um ato político de resistência. Quando danço não estou apenas em fluxo realizando movimentos, estou me posicionando, me movo para questionar a realidade ou para suscitar outras realidades. Uma imagem, um gesto ou uma ação simples podem modificar um contexto inteiro, podem mover estruturas que até então se mantinham fixas, e por tanto, dançar se tornou um ato de coragem, um modo de existência no qual é preciso duvidar da nossa própria condição humana. É preciso agir e mover-se com urgência, tornar-se uma insurgência de modo a erodir o que houver de passado determinando o presente. É preciso nutrir outras possibilidades de futuro, considerando mais o que está nas margens e menos os modos de agir e viver eurocentrados. Os nutrientes dessa dança vêm do chão quente, do sol na moleira, da sola dos pés, do céu de Teresina, dos ipês, das pontes, dos rios Poty e Parnaíba que fazem dessas aparições, dança. 

As primeiras DANÇ(A)PARIÇÕES nasceram em concomitância a morte de muitas pessoas, enquanto o universo dava luz a um vírus, eu pari uma dança, um devir-dançar-morte, uma dança que se dava na morte e pela morte, não somente a morte física, mas principalmente a morte simbólica do nosso Estado Nação, que foi tomado por assalto e segue sendo asfixiado por quem o governa. Mas essas parições também foram se dando como CORPO-IMAGEM-PENSAMENTO-DANÇA, igualzinha a trilha concebida por Adriana Bittencourt Machado em seu livro “Imagens como Acontecimentos: dispositivos do corpo, dispositivos da dança. E as imagens geradas por esse corpo aconteciam provisoriamente em estado de atordoamento, um tanto dormente, esgotado, era como um sumidouro, que com o tempo, começa a erodir e afundar. Imergir nas profundezas tem sido tão importante quanto se manter erguido na superfície. O avesso disso seria se manter na superficialidade.

Até aqui, foram compartilhados fragmentos de um texto loooongo que teve seu início em maio de 2020, período em que tive a oportunidade de experienciar amor e morte | A(MOR)TE se instaurando como processo e como presença, uma tessitura que se move em tantas direções e sentidos que ainda não é possível dizer o que pode vir a ser ou não uma DANÇ(A)PARIÇÕES. Talvez seja melhor seguir sem saber, pois a dança que aparece desaparece simultaneamente, se concretiza se desconcretizando, sendo ruídos, sombras, vultos, seja lá o que for, pois a dança gestada quando atravessa e extrapola o corpo enquanto matéria, se torna futuro improvável de permanências, pois morre no próprio momento em que nasce e assim segue seu percurso de dança no imaginário dos que se aventuraram e se deixaram ser levados pelos rios que correm pelos olhos de quem me ver sendo dança ou sendo dançado. O luto por 2020 não tem previsão de fim, desde então me vi mais imerso com as questões relacionadas aos processos do morrer e do amor reveladas nessas instâncias. Neste período tornou-se nítido que amor e morte não se opõem, que ambos se somam e que são muito parecidos, apesar de parecerem opostos, únicos e também definitivos, não havendo brechas para repetições, são o que são.

Essa escrita/pesquisa encontra-se dividida em quatro movimentos os quais chamei de ABISMOS:

  1. QUANDO O PASSADO NÃO É PASSADO E SIM UMA EXISTÊNCIA;
  2. SENTIMENTO DE “FRACASSO” ;
  3. SOBRE O AMOR E A MORTE;
  4. AS ANTERIORIDADES.

E foi em queda livre que meu corpo deu luz às DANÇ(A)PARIÇÕES ou simplesmente APARIÇÕES DE DANÇA.

Apresentando Hildegarda Sampaio

Hildegarda Sampaio, é artista, curadora, gestora, mestre em Dança (UFBA), especialista em Estudos Contemporâneos em Dança (UFBA) e pós-graduanda em Gestão Contemporânea da Cultura (Itaú Cultural/Instituto Singularidades).

 

Pesquisa sobre micropolíticas e gestão de redes colaborativas. Integra o grupo de pesquisa PROCEDA (Processos Corporeográficos e Educacionais em Dança). É coordenadora de Cultura no Sesc Piauí e coordena as ações do Com.Dança, criando espaços de diálogos, trocas, estudos e proposições sobre dança, produção cultural e políticas de cultura.

SINOPSE

Foi com a dança, pela dança e através da dança, que eu consigo me deslocar, permanecer e construir dentro desse universo e de muitos outros que eu venho cruzando ao longo desse caminho.

E esse caminho já tem 44 anos de estrada, e já tem um rastro bem cumprido e profundo que eu venho deixando. Mas ao mesmo tempo que venho traçando esse caminho e deixando esse rastro, eu venho sempre pensando sobre como continuar existindo, e como estar junto fazendo, como estar sempre pensando como o espaço e as pessoas me afetam.

E quando trago a palavra espaço, é relacionando-a com a cidade de Teresina, e é sempre pensando sobre como, o que e, em que condições se produz dança nesse lugar. Então esse meu momento de trabalho está muito voltado para pensar como a linguagem da dança vem cruzando com outras linguagens dentro da cidade e estado, fazendo com o que esses espaços de dança sejam mais latentes, onde a gente consiga perceber a dança através de muitas perspectivas.

A dança liberta, possibilitando infinitas possibilidades que ativam o senso criativo, crítico e sensível.

A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA REDEMOINHO DE DANÇA, na modalidade PROJETO CULTURAL, é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Seu João Claudino, realizado pela Secult-PI / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal

#redemoinhodedanca2021 #secultpi ##governodopiauí #siec #leialdirblanc

Apresentando Kácio Santos

Artista da dança que reside na interface Teresina – PI / Timon – MA.

Sua dança é atravessada constantemente pela Educação visto que o mesmo é professor na Universidade Estadual do Piauí – UESPI onde desenvolve projetos ligados ao corpo, à dança, ao esporte, ao lazer, à pesquisa, à escrita e às vivências de si e do mundo na tentativa de compreender subalternidades através de marcadores como raça, gênero, classe, territorialidade entre outros.

É um dos coordenadores do Congresso de dança FORMA e coordena o Núcleo de Dança UNIFSA que tem como espetáculos mais recentes: Geração Stories (2019), Santo de Casa (2018), Brasil Gueto Brasil (2017) e Bomba, Pastel e Coxinha (2016). Também desenvolve trabalhos performáticos independentes como Carne de Segunda (2019).

Seus trabalhos artísticos perpassam por escritas acadêmicas que muitas dessas foram desdobramentos de sua dissertação de mestrado em Educação. É especialista em Estudos Contemporâneos em Dança – UFBA e segue tentando abrir espaços para fazer sua dança, levando consigo narrativas ancestrais e contemporâneas.

Quando eu mudei pra cá, eu não vim atrás de dançar, mas eu vim atrás de algo que eu sabia que não tinha lá na minha cidade. E aí eu descubro a dança, nesse fluxo, nessa descida de ladeira em que eu vou correndo […] E aí eu encontro um lugar muito poético que é essa dança. E é uma descida que na verdade é uma subida, como quem diz: olha, eu vou descer, mas eu vou voar – Igual um passarinho que cai do ninho, mas para voar.

SINOPSE

Braceada é uma dança que começa como um apartamento de si. Ela é quase uma imagem de um ônibus em velocidade que foi-se embora atrás de uma cidade longínqua no breu da noite. Ela é uma dança de braços desorganizados que abre espaços no meio de marimbondos, cipós que despencam e fantasmas que caminham em ‘veredas’ do futuro. São braços intensos que cavoucam o chão fazendo nascer um redemoinho de terra que carrega dentro de si um corpo ancestral. São como mãos (de obra) que fazem rolar um botijão de gás ladeira abaixo sem perder o prumo e, que depois sobe a ladeira dando o gás, assim de uma forma muito clichê.

Braceada são pés descalços que levantam poeira com o corpo todo fazendo Teresina me olhar daqui do lado de Timon, de dentro do Maranhão, como uma projeção de vida. De vida. Divina? Sim, porque é feita na fé e no murro. Braceada termina com o encontro de Teresina e Timon, porque na verdade apartaram-nas, mas essa nunca será uma dança apartada.

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Apresentando Hellen Mesquita

Artista da Dança sempre muito curiosa. Bailarina atenta às mais diversas formas de se mover. Professora de Dança disposta a trocar e aprender a cada novo encontro. Coreógrafa inspirada no corpo e suas potencialidades, relações e afetos. Profissional de Educação Física interessada na corporalidade, habilidades múltiplas, saúde e consciência do/pelo movimento.

Formada no Curso Livre de Dança pela Escola Estadual de Dança Lenir Argento, onde é professora, coreógrafa e está desde 2020 como coordenadora da abordagem Balé e o Movimento Consciente. Foi bailarina do Corpo de Baile Oficial do Estado do Piauí (2005 e 2006) e da Cia Pas Classique (2008 a 2011).

Em 2013 participou do Projeto Biblioteca do Corpo dançando o espetáculo “No Sacre” de Ismael Ivo em Viena/Áustria e em São Paulo/SP. Dançou as obras “Entre” (2011) e “Bonito pra Chover” (2019) do artista piauiense Datan Izaká.

Desde 2011 integra o elenco do Balé da Cidade de Teresina, uma cia pública de dança contemporânea, dançou na turnê Sesc Amazônia das

Artes em 2015 e foi proponente de “Folhas” (2014) em parceria com Vanessa Nunes (PI) e do “Corpo Brinquedo” (2019), ambas edições do Projeto 6.ª às 6 da referida Cia.

Criadora de “INSôNIA” uma série de dança em vídeo, dividida em 10 episódios, contemplada pelo prêmio Maria da Inglaterra através da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc em 2020. Em sua trajetória enquanto bailarina já participou de diversos festivais de dança nacionais e internacionais como o JUNTA Festival Internacional de Dança (PI), Trisca Festival de Arte para Criança (PI), Festival PANORAMA (RJ), Modos de Existir (SP), ImPulsTanz Viena Internacional Dance Festival (AUT) dentre outros.

Encontros, conexões, descobertas, corpo, criação, relações, sensações, formas de mover-se e mover o mundo são alguns pontos que aguçam o desejo da artista de continuar dançando.

 

SINOPSE

Eu danço as sensações, o caminho do movimento, as linhas que ele faz no espaço, as expansões, as aproximações. Danço o olhar, as ondulações, os deslocamentos, minhas memórias, os turbilhões de ideias e pensamentos. Danço meu corpo no chão, meu corpo elevado, meu corpo lançado. Danço a lentidão, a rapidez, os movimentos dos braços, os gestos, o afeto, o som ao vivo, a respiração. Danço os equilíbrios e desequilíbrios, o sorriso, o arrepio na pele. Danço o espaço, danço com o espaço. Danço correndo de costas, sentindo o vento passando por trás do meu corpo. Danço o olhar, de peito aberto, como criança, danço de cabeça para baixo e vejo o mundo de outras formas. Danço a pausa, o(s) silêncio(s), a sensação do chão quente, da roupa grudada na pele de suor ou da chuva.” Artista, Hellen Mesquita.

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Apresentando Ireno Júnior

Ireno Júnior é artista que dança. Nascido e criado em Teresina – PI.

É apaixonado pelas imagens do mundo que agitam sua carne: a saia das giras ao dançar, o voo dos pássaros, o balançar das árvores, o vento que ameniza o calor, os barulhos dos carros e caminhões que passam… Dança o mundo em si, convocando outras existências para dançar junto.

É também afetado pelos tumultos do mundo, pois acredita na potência de tumultuar as ideias na própria materialidade corpórea, um dos assuntos que vem pesquisando no doutorando em Dança na UFBA, onde também fez Mestrado e Especialização em Dança.

Graduou-se em Licenciatura em Ed. Física na FSA, onde participou do Núcleo de Dança FSA. Tem formação Técnica em Dança pela SEDUC PI. Integrou o corpo docente da Escola Estadual de Dança – Lenir Argento e atualmente faz parte da coordenação de dois projetos piauienses, Danças Que Temos Feito e Congresso FORMA.

SINOPSE

A dança acontece quando eu leio, vejo, escuto. Quando eu sinto o vento. Parece muito metafórico, mas é real, é de pensar que esses lugares: de leitura, estudo, processos de criação, ou até mesmo ir para um estúdio de dança e de dançar movimentações, todas essas lógicas são modos de pensar dança, na minha perspectiva. Então eu gosto de atrelar a dança a esses lugares.

Por exemplo, quando eu estou lendo algo, eu fico muito quente. Seja de dança ou não. Hoje estou lendo muita coisa de filosofia para me ajudar a pensar sobre dança, e o esquentar é algo muito material, são ações corpóreas que acontecem nesse corpo, nessa ação da leitura e pra mim a dança já acontece bem aí, nesse imaginário, nessa afetação, nesse lugar de esquentar o corpo.

Apresentando Josivan Luzes

Josivan Luzes, artista teresinense, Técnico em Dança de 28 anos. Integrou a edição #2 do Redemoinho, além de estar participando da atual edição, a Residência Artística Redemoinho de Dança. Além disso, faz parte de grupos de dança de rua piauiense.

 

Penso o corpo como um lugar de memória e construção de imagens, lugar de passagem, elementos que ampliam formas e existências. Às palavras que me movem, criam relações e estabelecem sensações, disparam e perfuram a materialidade no surgir das aparições nas estruturas do corpo

SINOPSE 

Em sua aparição de dança, o artista Josivan Luzes trabalha em uma relação de memórias e sensações que viram corpo, através do que ele vivenciou durante os últimos meses na residência.

Além disso, ele diz estar em um momento de muita conexão com o movimento do hip hop. E a relação que ele faz com sua performance é guiada por sonhos, lembranças que viraram corpo, e dançam junto a ele.

“Minha mãe me ensinou a costurar, e esse processo é algo que eu nunca consegui me desvincular. Por isso, sempre tive bastante contato com tecidos, principalmente a renda. E aí eu penso muito sobre essa relação dos tecidos com o meu corpo, seja dançando ou não”.

Acompanhe um pouquinho do registro dos bastidores da performance APARIÇÕES DE DANÇA, do artista Josivan Luzes.

Que tal relembrarmos um pouquinho como é bom sonhar e o quanto sonhos fazem parte de quem somos nessa vida.

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Apresentando Kassyo Leal

É artista, negro, 26 anos, professor na Escola Estadual de Dança Lenir Argento, atuante da dança, com passagens pelo projeto Redemoinho de Dança desde 2018 até hoje 2021 e também pelo teatro, áudio visual dentre outras áreas do meio cultural.

Partindo de um longo “corre”, atrás de meios para disseminar um corpo, para além da materialidade.

 

Um corpo que dança, atua, vive, corre…cai livre. Sem pensar em uma chegada rápida, valorizando a vivência, a convivência, os atravessamentos e o percurso.

SINOPSE

Lugares de passagens criam afeto. Dançam junto com você. Dançar através de paisagens que são cotidianas em sua vida, criam essa nuance em que parece que a dança já estava ali o tempo todo, em cada passo de ida e volta.

Eu escolhi esse lugar chamado Pedra, que é aqui na frente do Verdão, que é um lugar de passagem, e para mim tem muito a ver com as passagens que eu tenho feito na cidade de Teresina. É sobre o lugar que eu moro e os que eu já morei. Então eu faço essa relação direta com a dança, que é por esse lugar que eu sempre passei. Primeiro em direção ao curso técnico e depois para a Escola Estadual de Dança Lenir Argento. E aí eu penso que sempre tiveram outras vias, outros caminhos. Mas sempre me via no mesmo trajeto. E com o tempo, isso me fez criar um afeto, eu passei a fazer parte desse lugar e o lugar começou a fazer parte de mim.

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Apresentando Paulo Beltrão

Enquanto Artista, Investigo práticas artísticas e improvisação em dança, abordando questões relacionadas ao corpo, formação, criação, ancestralidade, imagens, memória e arquivo. Gosto de pensar a dança como um fenômeno inevitável e irrevogável, constituinte da experiência humana e em todas as suas dimensões de possibilidades e desmantelos, entendendo o corpo como a maior fonte de criação de sentidos.

Atualmente sou Professor efetivo da Escola Estadual de Dança Lenir Argento e atuo como Professor e Coordenador da Equipe de Danças Folclóricas e Populares. Graduado em Licenciatura plena em Educação Física, UFPI – 2008. Especialista em Docência do Ensino Superior, UESPI – 2011. Foi Intérprete-criador da Cia. de Luzia Amélia – Balé de Teresina, entre 1997 e 2008, em Teresina, Piauí. Atualmente desenvolve a Pesquisa coreográfica Eu quero é dançar da forma que me der “EQEDDFQMD” e o Procedimento Invasão Coreográfica, na Localidade Malhadinha, Cabeceiras do Piauí – PI.

Criar é pensar, despolarizar, investigar, questionar, prestar atenção nas coisas, engajar-se e inventar possibilidades. A observância desses fatores me trouxe para outra forma de dedicação e me fez pensar numa estratégia artística para colocar a memória em prática. Para tanto, estou tecendo um estudo sobre o vasculhamento de lembranças, criando conexões com o espaço/lugar chamado Malhadinha, terreno que transitei durante a minha infância e agora, aproveitando o ensejo, a oportunidade e encurralado pela potência da criação, folheando o passado com os dedos da memória.

Eu quero é dançar da forma que me der “EQEDDFQMD” é a relação com o possível, onde as memórias que me ocupam se encorajam e me trazem para o encontro com a Dança.

SINOPSE

Estou num contexto de dança no qual tento pensar uma estratégia de criação que não aconteça em um tempo predeterminado. Para mim, faz sentido pensar a dança, não como uma elaboração de passos, mas como vivência, redescobertas e revivências de gestos.

“Encontrar um gesto mais simples e a partir dele, buscar um sentido para a relação que eu estabeleço com o lugar que eu estou morando, que eu posso estabelecer com outras pessoas, grupos e criar uma relação sobretudo, de pensar uma dança que adquira uma longevidade”.

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Apresentando Nayara Fabrícia

Especialista em Dança-UFBA. Graduada em Pedagogia pela UEMA. Comunicadora social pela Escola Comradio do Brasil. Apresentadora do Jornal Conexão Antares (de segunda a sexta, às 18h30) na TV Antares canal 2.1. Técnica em Teatro pela Escola Técnica de Teatro Gomes Campos – SEDUC/PI, onde também foi professora de 2010 a 2011. Artista formada pela Escola Estadual de Dança Lenir Argento. Integrou o Corpo de Baile Oficial da mesma instituição de 2003 a 2007; onde também atuou 15 anos como professora de dança (ballet clássico). Foi bailarina na Cia de Dança contemporânea Cia Luzia Amélia, de 2005 a 2009.

Apaixonada pela lua e natureza. Fecha os olhos para sentir o vento passeando pelo seu corpo. Adora sentar embaixo do pé de limão de seu quintal e ver o balançar das folhas, conversar com os passarinhos que moram ali e contemplar o pôr-do-sol. Uma pessoa muito intensa, forte e sensível, que tem muita excitação pela vida. Mas que também sente e sabe o momento certo de desacelerar e se resguardar, quando preciso! Falante, sorridente e comunicativa. Ama e dedica-se a tudo que faz.

Extremamente intuitiva, tem se aproximado bastante da astrologia. Faz meditação e musculação. Gosta de praticar atividade física. Adora cuidar do corpo, mente e espírito.

Eu sou daquelas que vai p/ o quintal só pra sentir o vento no corpo, o balançar das

folhas do meu pé de limão, e toda abestada, converso com os passarinhos e acabo perdendo a hora porque fico um tempão contemplando o céu e o pôr-do-sol. Aff, “Marrébom”! Isso alimenta a minha alma e melhora meu dia!” Tem muita dança nisso tudo.

SINOPSE

Dançar essas paisagens, essa relação corpo e cidade, pensando no contexto do espaço

periférico que habito e no coletivo de pessoas que compõem esse lugar. Um sentimento de indignação pela ausência de coisas que aparentemente podem ser “simples” e/ou que talvez até já se tornaram invisíveis aos olhos de quem cruza esses caminhos. Testemunhar o que falta, como saneamento básico, é como se nos dissessem que quem reside ali naquele espaço não merecesse respeito e dignidade!

Eu acredito que os artistas não precisam se tornar mais políticos, os artistas precisam

se tornarem mais humanos. Como artista que dança, eu ficava me perguntando, o que cabe ao corpo? O corpo não se exclui do todo, sabe! E nesse momento do Aparições de Dança, eu precisava dançar essa situação, colocar esse movimento pra fora.

A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA REDEMOINHO DE DANÇA, na modalidade PROJETO CULTURAL, é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Seu João Claudino, realizado pela Secult-PI / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal

#redemoinhodedanca2021 #secultpi ##governodopiauí #siec #leialdirblanc

Apresentando Weyla Carvalho

Mãe e artista criadora em dança com interesse e atuação em dança contemporânea e áreas que se relacionam. Desenvolve seu trabalho aqui em Teresina, desde 1994.

Atua em colaboração com outros artistas e projetos, por acreditar na potência do trabalho coletivo. Seu desejo artístico é criar cada vez mais situações de dança para ampliar e discutir a importância da arte no desenvolvimento de uma sociedade, com ética e representatividade

SINOPSE

Olhar para a cidade é olhar para mim, porque essa constituição, essa dança que foi tecendo na minha corporeidade, ela tá sempre conectada com alguma coisa que aconteceu em Teresina, ou com algum evento/lugar/pessoas…Mesmo que eu tenha tentativas de sair daqui, geograficamente né, mas aqui eu permaneci, as minhas tentativas, eu poderia dizer que falharam, mas eu acho que não falharam porque foi bom continuar aqui também. E aí eu comecei a me ver nessa dança, quase como uma dança infinita, em looping. que acontece até hoje. Uma dança que começou e que não acabou ainda, eu diria que é uma “live”sem fim. […]”.

A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA REDEMOINHO DE DANÇA, na modalidade PROJETO CULTURAL, é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Seu João Claudino, realizado pela Secult-PI / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal

#redemoinhodedanca2021 #secultpi ##governodopiauí #siec #leialdirblanc 

 

Apresentando Artenilde Silva Afoxá

Artenilde Silva Afoxá é mãe de Alzirarriza, do Oluandejara e da Rosodara e é companheira de Gecivaldo Gama na arte da vida e das aprendizagens do saber viver. É fundadora do Grupo de Cultura Afro Afoxá, um conjunto social étnico, localizado na periferia sul de Teresina, no bairro Angelim I. Pela necessidade de me manter no asfalto da cidade, adentro na academia (UFPI) a partir de 2001, por uma necessidade de dar a ver as práticas da dança do afoxá ao tempo que retroalimento o próprio Afoxá com as práticas da academia, em um processo contra colonialista me licencio em educação artística, me especializo em educação, gênero e afrodescendente e me “torno” mestra em educação, mas nada disso esconde e nem disfarça o meu ser mulher negra periferizada, mas me reafirma em minha resiliência das matriarcas negras, e é isso que sou, porque isso me faço!

SINOPSE

Mulher. Preta retinta. De cabelo grisalho e encaracolado. 50 anos.

A partir dessa identidade, Artenilde Silva Afoxá constrói sua APARIÇÃO DE DANÇA junto a memórias de três mulheres em meio as ruas do bairro Angelim, zona sul de Teresina.

Eu vou dançar 3 mulheres. Elas estão comigo há muito tempo. A dona Joana dos cachorros está comigo a vida toda. Ela morava no município de  São Félix do Piauí, onde eu nasci, e ela aparecia de vez em quando na cidade. Sempre ficava numa casinha construída de folha e tinha uma relação forte com cachorros.

A segunda mulher é a Maria da Inglaterra, eu a conheci quando me mudei para Teresina. Ela morava no Planalto Ininga, zona leste, e eu lembro que a comunidade a rejeitava muito, jogavam pedras nela.

A Dona Carmem é a terceira mulher que também morava no Angelim. Ela morava num lugar onde as pessoas jogavam lixo, tipo uma grota. E lá era onde tinha o único terreiro de umbanda no bairro.

Essas três mulheres são muito importantes para minha construção enquanto pessoa. Elas não estão mais aqui. Foram plantadas, então eu acho que elas tem alguma coisa para me contar desse lugar de renascimento, o morrer”.

Sobre as três mulheres que eu danço:

Eu penso que elas ainda têm algo para me dizer, desse lugar de renascimento, que é o morrer. E esse morrer nunca foi o acabar-se, mas um renascer. Como uma semente: a gente planta, ela se abre toda e morre, depois cresce uma árvore que vai passar anos e anos alimentando outros seres, sem pedir nada em troca. Aliás, árvores que acabam sendo destruídas. E essa relação é forte, porque essas mulheres passaram a vida toda cuidando de outros […] Então, são esses 3 corpos que eu vou dançar, ou que vão me dançar, eu tenho a impressão que é o inverso – ou vão dançar comigo, isso eu tenho certeza. Penso que elas já vêm dançando comigo a vida toda”.

A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA REDEMOINHO DE DANÇA, na modalidade PROJETO CULTURAL, é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Seu João Claudino, realizado pela Secult-PI / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal

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Apresentando Sammya Tamires

Diziam que para subir na vida com coragem, seria necessário focar o olhar a frente e jamais olhar para trás. Considero um erro pensar que precisamos ignorar o anterior para seguirmos em frente. Nada é tão contínuo como a circularidade proposta pelos ciclos que a vida nos proporciona.

Quando estou performando, quero que seja algo orgânico. Desde as pedras que se modificam através do tempo em consequência as ações climáticas até o ar que ocupa todos os espaços.

Um espaço que não é só meu, é uma partilha de tempo que se cruza com milhares de outros. Me projetei em um espaço por dias sem nem pisar lá, e quando eu pisei, tudo virou dança. Na verdade, já era dança desde que me propus a pensar.

Já me vi dançar em vários momentos por curtos segundos. Essa aparição me mostra despida de qualquer cobrança que eu me faça para conseguir subir, ninguém aparece do nada, tudo vem se transformando até chegar na sua aparição.

Sammya Tamires é artista formada pela Escola Estadual de Dança Lenir Argento, participante das duas primeiras edições do projeto Redemoinho e da atual residência .

SINOPSE 

Quando eu imagino a dança, tenho dois pensamentos: antes e depois da minha adolescência. Eu pensava que a dança era tipo um acessório, eu usava-a e isso me deixa mais bonita, elegante, e bem, fisicamente. Depois de um tempo, comecei a entender que eu não estava mais dissociando a dança de mim, já fazia parte de quem eu era. E a partir daí comecei a ver a dança como um membro, e aí comecei a trabalhar isso em mim.

A dança sempre esteve presente na minha vida enquanto parte de quem eu sou, e não algo externo. Não consigo imaginar minha vida sem dançar. É uma parte, um órgão, um membro, é uma coisa só.

A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA REDEMOINHO DE DANÇA, na modalidade PROJETO CULTURAL, é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Seu João Claudino, realizado pela Secult-PI / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal

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